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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

O fator Matic

 
No início da época muitos benfiquistas desesperaram com a saída de Javi Garcia, temendo que o já aparentemente depauperado meio campo dos da Luz ficasse ainda mais frágil do que parecia, situação ainda agravada pele venda de Witsel no última dia do mercado.
Meia época depois, quase todos mudaram de opinião...


Jorge Jesus, auto-denominado catedrático do futebol e mestre da tática, sem qualquer reforço de última hora na ressaca dessas duas saídas (jogadores essenciais na época anterior), resolveu inventar (como tantas vezes tem feito e diga-se bem feito na maioria das vezes), mudando o sistema no papel do 4-1-3-2 habitual (a famosa tática suícida) para um 4-4-2 tradicional à inglesa, colocando o extremo (seria mesmo?) Enzo Perez e o 8/10, mas nunca trinco Matic numa espécie de duplo pivot à frente da defesa. Sistema demasiado conservador, disse a maioria silenciosa (nos quais me incluo), que traria regressão ao futebol da equipa e ainda por cima com jogadores pouco adequados ao papel atribuído.
Os primeiros jogos neste sistema pareciam dar razão a esta maioria porque a equipa não conseguia pressionar alto nem dominar o jogo na maior parte do tempo, parecendo os jogadores coabitar num limbo em que só existia defesa e ataque, sendo o meio campo uma espécie de passador para os adversários.
Mas, o tempo foi passando e Enzo Perez começou a destacar-se pela sua raça, entrega e capacidade para levar jogo para a frente através do seu exímio controle de bola e velocidade acima da média. Matic continuava no entanto a ser olhado com desconfiança... Poderia um gigante sérvio meio desengonçado substituir o Melhor trinco do clube desde Paulo Sousa?
 A equipa começou a jogar melhor e os adeptos começaram a olhar para aquele meio campo que, embora quase sempre em inferioridade numérica perante os adversários consegui controlar o jogo e tornar toda a equipa uma máquina de ataque.
E de repente seria o ex-quase ostracizado Enzo o principal responsável por tudo isto? Não!!! Enzo Perez tem estado muito bem no seu papel, mas quem tem realmente marcado a diferença é o tal sérvio desengonçado.
O gigante sérvio, que desde que chegou a Portugal foi sempre olhado com desconfiança por não ser nem carne nem peixe, embora todos lhe reconhecessem capacidade técnica acima da média, exibe atualmente uma capacidade invulgar para controlar todo o jogo da equipa, e mais importante, para manietar o meio campo adversário. Matic, é neste momento a prova viva que mais importante que o sistema tático, é a dinâmica dos jogadores que a compõem.
O sérvio alia um físico altamente recomendável para a posição, a uma panóplia de recursos técnicos que lhe permitem transportar a bola colada ao pé até à área adversária ou coloca-la em passes teleguiados onde quer. A tudo isto, junta-se o grande desenvolvimento a nível tático, como demonstram as suas ações em campo nos últimos tempos e a sua passada larga que lhe permitem aparecer em todos os focos de incêndio que vão surgindo no terreno de jogo.
Neste momento, já poucos recordam que Javi era o pilar do meio campo benfiquista e a única preocupação é como substituir, se necessário, o fundamental Nemanja.


7 comentário(s):

Joe casanova disse...

O Matic é uma revelação. Bom artigo.

3 de janeiro de 2013 às 10:30
Anónimo disse...

Jesus no seu melhor em mais esta adaptação.

3 de janeiro de 2013 às 10:50
Drama disse...

Bom artigo, mas discordo de alguns pontos ... O Matic era um 8 ou um trinco já por sua origem, nunca um 10. Portanto o seu papel em campo já lhe era familiar como aliás se viram em alguns jogos da época passada. Agora é certo que eu nunca imaginaria que em meia época ele me fizesse esquecer o Javi. Ele não é tão agressivo mas é mais refinado, é menos decisivo em termos de golos mas é o absoluto patrão do nosso meio-campo. Atrevo-me a dizer que, com o regresso do Aimar, o nosso meio-campo vai ter capacidade até para manietar o meio-campo portista !

3 de janeiro de 2013 às 13:22
Jotas disse...

Matic está fantástico, de facto. E ainda vai evoluir bastante. Penso que terá de trabalhar o jogo aéreo, que para um jogador com a sua altura, é um pouco fraco. De resto, excepcional.

3 de janeiro de 2013 às 13:36
MSK disse...

Apesar de todos os defeitos de Jorge Jesus, deve haver poucos como ele a evoluir e potenciar jogadores. A evolução de Matic e Enzo foi tremenda, a equipa sofre menos golos que na época passada, aparece mais compacta e consistente apesar de tudo de mau que se augurava depois de sairem os dois pilares da equipa. Como Portista, tiro o meu chapéu

3 de janeiro de 2013 às 14:27
Anónimo disse...

e portistas e sportinguistas q ja rejubilavam de alegria augurando-nos uma pessima epoca sem witsel e javi...pois é...

4 de janeiro de 2013 às 13:56
Anónimo disse...

grande revelação da liga este ano

6 de janeiro de 2013 às 15:23

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