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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

DUPLO PIVOT

 A propósito do novo nome do blog de todos nós...

A expressão é usada, como todos sabem, para se referir ao posicionamento dos dois médios mais defensivos lado a lado, formando assim uma dupla de médios defensivos à frente da defesa no centro do terreno.


Mas de onde surge a expressão?
Luís Freitas Lobo refere num dos seus livros:
«A posição adquiriu no futebol moderno uma importância táctica cada vez maior. A importância nasce da relevância do seu espaço para, primeiro, equilibrar a equipa a defender (uma âncora táctica) e, depois, em posse, ordenar a sua saída de bola (um farol táctico). É a clássica posição do nº6. Ou melhor, o seu espaço. No passado, um mero trinco. A visão defensiva da posição. Hoje, o chamado pivot-defensivo. Porque a ideia de construção adquire prioridade de pensamento no seu jogar. O futebol brasileiro chama-lhes volantes. O espanhol adoptou, desde há vários anos, o termo pivot. Sem rótulos defensivos.

A nota táctica mais interessante do jogar das equipas espanholas é, porém, que, ao contrário de muitos outros países (como Portugal) a maioria esmagadora das equipas joga com o chamado duplo-pivot. Isto é, com dois jogadores nesse espaço à frente da defesa. Vendo, por exemplo, a última jornada da Liga espanhola, 17 das suas 20 equipas jogaram (quer em 4x4x2 como em 4x2x3x1) com o chamado duplo-pivot

O que o mais famoso teórico do futebol Português tenta explicar é que do clássico trinco, que só defendia, se evoluiu para um jogador mais completo que além de manter as suas funções defensivas também se tornou no primeiro lançador de jogo ofensivo da sua equipa e daí o nome pivot. Quando a equipa joga com dois jogadores  com essas funções, estamos então na presença da famosa expressão que dá o nome ao nosso blog.

No entanto para o duplo pivot funcionar são necessários dois fatores tático-coletivos.
O primeiro prende-se com o espaço que os dois jogadores ocupam no terreno e é exigida



«Uma quase perfeita complementaridade das características dos seus ocupantes, para assegurar um equilíbrio de jogo posicional e dinâmica de saída de bola. Por princípio, um deles fica mais preso e outro sai mais para o jogo. É um bom exemplo das tais “pequenas sociedades” que devem existir dentro de um onze»

O segundo relaciona-se com os movimentos dos médios ala ou do segundo avançado mediante o sistema usado. Se a equipa joga em 4 2 3 1, o movimento mais importante dentro da equipa na relação com a dupla de pivots será a do segundo avançado ou trequartista que terá que ter a capacidade para recuar até ao seu meio campo para pegar no jogo em tabelas com os seus médios centro ou executar o transporte do esférico até ao ataque. Já num 4 4 2 em linha a relação mais importante será a dos pivot com um dos alas que terá que ser forte no jogo interior para compensar a posição mais estática dos médios centro.






                   

 





  Ambas as variantes permitem a utilização do sistema referido com vantagens óbvias a nível defensivo se bem aplicado pelos jogadores já que permite maior liberdade aos laterais para subirem alternadamente, já que um dos médios pivot descairá para esse local ficando o outro no centro permitindo a compensação defensiva quer da ala quer do corredor central.
Além disso aquando dos basculamentos da equipa durante o jogo, se a dupla funcionar bem nunca haverá desequilíbrio completo para um dos lados.

Em suma, se bem aplicada, esta sociedade pode ditar o domínio da sua equipa na zona mais nevrálgica de qualquer terreno de jogo, levando desta forma o clube à vitória... Como se espera que aconteça com este blog.







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